Nem um nem outro (Bernardo Almeida)
17. Nem um nem outro
Escondo-me abaixo do inferno
E acima do paraíso
Para que não me
incomodem
Nem bons nem maus
Nem deuses; nem diabos; nem homens
Cansei de jogos e quero equilibrar-me
Apaziguar os pensamentos que se
libertam
Das foices entortadas pela gênese
Só existe condenação para quem nela crê
E o purgatório não comporta tantas
almas mornas
Em nenhum biombo eu me encaixo:
permaneço caótico
Uma métrica desconhecida, além de
comportamentos óbvios
Mas qual míssil me interceptará?
Qual radar me captará,
Se não estou entre a escala do bem e do
mal?
E desperdiço as explicações oferecidas,
Contundidas pelo que é certo ou errado
Prefiro continuar deitado acima do
paraíso
Ou de pé abaixo do inferno
Substituindo qualquer moral pelos meus
desejos
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