Prescindível (Bernardo Almeida)
12. Prescindível
Quantos amores um peito pode suportar
Sem ser chamado de masoquista?
E fui cair logo por ti, o protótipo do
impossível
Em jogos de azar, ter sorte é mais
importante que competir
E surges e somes e reapareces apenas para salvar,
E surges e somes e reapareces apenas para salvar,
De forma vã e egoísta, as minhas
esperanças da forca
Pensas em monopolizar o meu apreço - e,
por isso, tu me contornas
Com pequenas fábulas que falam de
promessas
Mas saiba que o tempo esquecerá o teu
endereço
Assim como faz com aqueles que
impressionam a carne
Sem fortalecer a cicatriz com novos
cortes longitudinais
E, da profundidade, um monte se ergue
Colocando apenas um de nós no topo
Do fogo e do jogo, do riso e do gozo
Do jugo de existir: prescindíveis como
somos
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