Porta adentro (Bernardo Almeida)
14. Porta adentro
Pesam em mim a viagem e o adeus na
passagem
Inoportuna quanto à inexatidão que me
aflige
Ao observar-te de longe como um
intruso, um desconhecido
Quando sei que não devo impedir a sequência
dos passos que dás
E nada me serve de conforto
Continuo barulhento, impreciso e
agitado
Mergulhado em uma insônia sentimental
Que progride sem desvendar a
profundidade abissal
Na qual escondo e preservo centenas de
gritos melancólicos
E o sino dos ares que tocaste? Envia-me
um bilhete distante
Compulsivamente, tento agarrar os
resquícios da tua fragrância
Que pairam na órbita dos pensamentos e
emoções que me circundam
Como os braços fervorosos nos quais
repousou o teu conforto
A desfraldar o sonho da fragilidade contrita
da felicidade esconsa
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