Mundo inundado (Bernardo Almeida)



15. Mundo inundado

Dos submundos mais profundos
Derivam todos os outros mundos
Os quais habitei sem frequentar

E os quatro cantos eram sempre mais
Traziam amostras curtas e espaços ociosos
Na insanidade efervescente dos espíritos criativos

Dentre duas ou três loucuras, escolhi a minha
Completa e desfeita, harmoniosamente conflitante
Abria caixas sem jamais revelar um segredo

E os dentes já não sorviam a matéria
Grotesca e protuberante em dias nublados de quente e frio
Mas conheciam de cabo a rabo os castiçais malditos
Os destemidos, indecisos e indefinidos candelabros


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